5 dicas para cobrar os honorários advocatícios

18/12/2014
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21/12/2022
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3 minutos

Conseguir bons casos não é a parte mais difícil quando se advoga. O problema está em quanto cobrar para cada trabalho realizado e, sobretudo, como cobrar honorários. E essa dificuldade, inclusive, atinge desde advogados iniciantes até o mais experientes.

Mas por que é tão difícil saber o valor adequado de cada honorário advocatício? Simples! Pelo fato de não se ter noção, muitas vezes, se a causa vai dar mais trabalho que o esperado. Isso porque há ações que possuem trâmites processuais relativamente rápidos, porém dependerá muito da outra parte colaborar para que isso aconteça.

Pensando nisso, elaboramos algumas dicas essenciais para que você consiga mensurar o valor de seus honorários advocatícios de forma adequada e segura. Confira!

Navegue por este conteúdo:

1 – Utilize a tabela da OAB

Esta tabela dá referências de valores a serem cobrados dependendo do trabalho advocatício exercido.

Mas é só um parâmetro, principalmente para quem está começando nesta carreira tão concorrida. Isto é, os valores ali apresentados podem ser majorados conforme a complexidade, o prestígio, a relevância e o valor da causa.

Mas é sempre bom utilizá-la como forma de comparação. Até porque a tabela traz valores mínimos e máximos.

2 – Analise o caso concreto

Escute o seu cliente. Verifique os fatos narrados e veja o quão trabalhoso será para você defendê-lo em juízo. Trace os prós e contras da possível ação e não se esqueça de calcular os encargos e custos vindouros.

É bom também avaliar a parte contrária, as provas e as chances de vitória do seu cliente. Quanto maiores a chances de uma sentença a favor, melhor para você na hora de cobrar pelos seus serviços.

3 – Negocie com o cliente

Um bom advogado autônomo ou de escritório negocia uma parcela inicial para que possa já trabalhar na ação (ou ações). Negocie com o cliente uma entrada (entre 15 a 30% do valor total dos honorários).

Lembre-o que essa contraprestação é de suma importância para que não haja ônus futuros. Afinal, trabalhar sem receber é um risco e tanto. Até porque muitos clientes acabam desistindo da causa ou mudando de advogado sem pagar os custos devidos.

Logo, essa parcela inicial é uma garantia para você e, em consequência, para o seu cliente. Dessa forma, você se sentirá mais seguro de trabalhar e seu cliente de que o trabalho será desenvolvido.

4 – Compare com trabalhos semelhantes

Em muitas ocasiões, um cliente lhe procura com um caso bastante semelhante ao de outro cliente, certo? E, inclusive, casos semelhantes já foram resolvidos por você.

Então, se tiver um recurso que o ajude a gerenciar casos finalizados, em andamento e iniciais para comparar os gastos, o lucro e os honorários de cada um deles, será de grande valia.

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O software Projuris é um exemplo disso, já que ele é capaz de lhe dar um panorama de cada processo. Assim, por meio desse programa, você avaliará casos já realizados em relação aos novos. E, portanto, poderá calcular adequadamente os seus honorários advocatícios.

5 – Aumente o preço e o seu prestígio

Sim, você pode cobrar mais caro quando há ações em que se sente especialista. Afinal, você estudou e trabalhou muito para chegar nesse patamar. Então, nada mais justo que cobrar um pouco mais caro para realizar trabalhos em que você já é expertise.

Isso é uma tática boa para lhe dar prestígio e nome quando o assunto são casos X e Y.

Por isso, tente sempre se especializar em determinados tipos de ações para que possa, em um futuro próximo, cobrar a mais pelo seu trabalho.

Dicas extras:

– O valor cobrado deverá cobrir todos os seus gastos (do começo ao fim da ação);

– Gastos com estudos e horas em cima da causa deverão ser computados nos honorários;

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– Não fuja da realidade processual e não cobre mais que seu cliente possa arcar;

– Faça uma previsão de tempo, desde a preparação ao trânsito em julgado da ação;

– Possíveis recursos, embargos e apelações deverão ser previstos;

– Calcule o custo/benefício para você ou para o seu escritório;

– E lembre-se do teor do Código de Ética da OAB (principalmente dos artigos 35 ao 37).

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  1. Pingback: O ASAAS e o ProJuris vão modernizar sua cobrança de honorários | Asaas

  2. Parabéns pela matéria, sempre muito oportuna, já que é mesmo uma árdua tarefa mensurar intelectualidade. Apenas não concordo com a dica “(…) não cobre mais que seu cliente possa arcar”. Eu concordo que devamos ser razoáveis, mas tem cliente que, ainda que vc cobre o mínimo estipulado pela tabela, ele ainda não tem como pagar, daí fica complicado você ter que incluir nessa discussão condição financeira do cliente. Um abraço.

    1. dependendo da causa acho extremamente coerente. Um valor inicial e, ao final, havendo benefício econômico, um determinado percentual. Como se fosse uma espécie de “êxito”.

  3. Eu cobro assim, 30% em qualquer tipo de ação que tenha possibilidade de condenação pecuniária nos autos do processo ou acordo, mas se o cliente antecipar 40% do valor mínimo da Tabela de Honorários da OAB, esse valor final deixo em 20%.
    Em todos os casos, caso a ação não redunde em ganhos pecuniários, cobro o valor mínimo da tabela da OAB parcelado em até 3 vezes se o cliente for pobre na essência da lei.

  4. Eu, particularmente, não gosto que clientes, conhecidos ou não, barganhem meus valores. Eu mesma nunca barganho valor de serviço de dentista, eletricista, ou outro profissional especializado. Se eu puder pagar, pago. Se não, procuro outro mais em conta. Mas nunca barganho. Isso porque respeito o trabalho do profissional. Assim, também não aprecio que clientes barganhem preço sobre meu trabalho. Certa vez, uma cliente respondeu: mas é só para ler o contrato para ver se está tudo certo e assinar! Me senti desprestigiada. Pedi que procurasse outro profissional que lhe servisse de mera ferramenta para seu objetivo.

  5. Dou todo o direito a vocês, de cobrarem o que vocês acham justo. Mas porém, deem direito dos seus clientes de cobrarem por seus serviços, e de ficar a par do processo em andamento. pois muitos profissionais da área são incapazes disso, pois em tudo tem que se manter o profissionalismo, coisa que muitos não tem.

  6. No final de meu processo trabalhista, recebi o valor residual dos julgamentos do recurso. Aconteceu que meu advogado, informou que a liberação do alvará demorava e levou uns 30 dias para depositar o tal valor cabível a mim. E só ontem (24/04/2019) , é que ele mandou por email os cálculos. Minha duvida: Do valor .liberado do alvará ele ( o advogado) adicionou o valor do INSS e somou os dois, denominando de valor bruto, a partir dia fez os descontos dos honorários (30%) e do contador (2%), contudo ele ( o advogado), abateu do valor do alvará seus honorários, valor esse sobre o que ele chamou de valor bruto e também abateu o valor do INSS. Não entendi. Se dentro do valor do alvará já havia o valor a abater sobre o INSS, como é que pode somar o valor do alvará + o INSS e cobrar esses honorários em cima do que ele chamou de valor bruto? Isto é correto? Grato

    1. Caso você não tivesse entrado com a ação por meio do seu advogado, você não receberia nada, nem mesmo o valor do Inss. Então, é correto o advogado cobrar os 30% sobre o bruto (valor total).