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Hard skills e soft skills: habilidades necessárias na advocacia 4.0

O Brasil conta hoje com aproximadamente 1 advogado para cada 190 habitantes. Isso reforça um ponto de que todos já desconfiávamos: de fato, a profissão está saturada. Isto é, para se destacar no mercado apenas as habilidades técnicas já não bastam. É aí que entram, então, as hard skills e as soft skills.

O básico todos já aprenderam na faculdade de direito. Todos já passaram pelo exame de Ordem e estão no mercado jurídico buscando os mesmos clientes que você.

No meio de tanta gente, portanto, ser mais um não é opção. Logo, para se destacar, é essencial que você tenha algo de novo, algo que faça os olhos de seus clientes, de seus chefes e da sociedade brilharem.

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1. Hard skills x soft skills na advocacia

Às vezes, esse algo de novo pode ser saber tudo sobre uma nova área de atuação do direito que está surgindo. Ou ser muito bom apresentando o seu serviço ou produto de maneira simples e inteligente. Às vezes, pode ser uma habilidade que não necessariamente tenha algo a ver com a advocacia diretamente, mas uma habilidade de se relacionar com as demais pessoas.

Ter um diferencial é importante, pois, como vimos anteriormente, o número de advogados no Brasil só cresce e na era da internet, encontrar advogados é cada vez mais fácil. Ao mesmo tempo em que essa facilidade parece um benefício, ela pode também se mostrar como um desafio: é muito fácil encontrar advogados. Em meio a tantos, então, por que você?

E é aí que percebemos, então, que temos que nos diferenciar dos demais. Ganhar a atenção por habilidades exclusivas suas é, desse modo, o ponto-chave para tal situação.

Por isso, viemos falar um pouquinho sobre as habilidades técnicas e comportamentais, ou hard e soft skills, que se adequam ao perfil do profissional do direito neste momento da história.

Se aprofunde no tema, confira o Debate Legal #05, onde nossos Embaixadores Jurídicos discutem a aplicação de hard e soft skills no Direito:

1. 1. Hard Skills na advocacia

As hard skills definem as nossas habilidades técnicas. Com certeza existem diversas delas que não pudemos estudar na faculdade, pois nem imaginávamos que seriam necessárias. É o caso da LGPD, por exemplo.

É de extrema importância, portanto, que o profissional do direito esteja sempre antenado com as tendências e novas tecnologias do mercado. Afinal de contas, tudo gera demanda para o direito. Há poucas décadas, sequer passava pela nossa cabeça a existência de um contrato virtual, por exemplo.

Compliance, LGPD, direito para startups, marketing jurídico, legal design, gestão jurídica 4.0, direito digital e design sprint são algumas dessas habilidades.

Claro que, se você é novo no direito, está cursando ou é recém-formado, é provável que já teve contato com esses termos. O problema, entretanto, é que grande parte das instituições de ensino permanece engessada, presa a currículos de ensino ultrapassados e que já não contemplam o tempo em que vivemos, digital, veloz e imediatista.

É impensável, no entanto, desenvolver-se bem no mercado atual contando apenas com habilidades técnicas. Do que adianta saber diversas informações importantes e não saber comunicá-las? Ou ser um ótimo profissional mas não conseguir ser convincente o suficiente para defender ou até mesmo prospectar seus clientes?

Aí é que se encaixam habilidades importantes que, no entanto, não foram valorizadas nos últimos anos: as habilidades comportamentais, conhecidas como soft skills.

Elas são complementares: ao mesmo tempo em que você precisa conhecer a parte teórica e técnica de sua profissão, é necessário saber lidar bem com problemas, ter aptidão para negociações, saber cobrar valores justos pelo seu trabalho ser ter receios e, principalmente, saber lidar com o próprio tempo.

1. 2. Soft skills na advocacia

As chamadas soft skills, que se contrapõem às hard skills, dizem respeito às nossas habilidades comportamentais. Com tantos profissionais aptos a trabalhar, faz sentido escolher aquele que lida melhor com as próprias emoções, você não concorda?

Além da inteligência emocional, a oratória e as técnicas de alta performance são alguns outros exemplos de soft skills valorizadas dentro do universo jurídico.

Pense que a escolha é sua: você deve escolher um profissional para trabalhar com a sua equipe. Você dispõe de dois, igualmente qualificados. No entanto, um possui dificuldade de falar em público. Já o outro é cativante e se expressa bem em frente a uma plateia. Quem você escolheria?

3. Como escolher as soft skills que melhor te ajudarão?

Escolher as soft skills mais adequadas é uma dúvida bastante comum. Muita gente pensa que precisa desenvolver mais de uma soft skill. O que pode ser verdade. Aqui, vamos listar quais são os maiores ganhos que cada soft skill promove e quais são os principais perfis de pessoas que deveriam atender a um desses cursos.

3. 1. Oratória

Indo de encontro ao que muitos pensam sobre esta soft skill, nem tudo sobre falar bem em público está realmente relacionado à fala. Aprimorar a sua oratória envolve sua postura, o jeito como se veste e, também, sua fala. E vai além disso!

Com uma boa oratória e bons discursos, é muito mais fácil estabelecer a ordem dos seus pensamentos. E isto torna, assim, sua argumentação muito mais clara e acessível. Afinal de contas, o ideal de uma conversa é ser entendido.

3.2. Inteligência Emocional

Quem é que nunca se estressou além do normal do trabalho? Seja por colegas, por prazos ou pela pressão, é muito importante saber lidar com emoções nesse ambiente. Trabalhando essa soft skill, você não apenas rende mais, mas também aprende a se adaptar de maneira rápida e eficiente.

3. 3. Negociação e Vendas

Ser convincente é papel fundamental do advogado. No entanto, uma boa negociação depende de diversos outros fatores. Quem conta com habilidades de negociação e vendas não apenas possui mais recursos para advogar, mas também consegue fechar mais vendas e acordos com clientes.

De acordo com os nossos alunos, por exemplo, é essencial que o profissional saiba cobrar um valor justo pelo seu trabalho. Parece algo fácil mas, infelizmente, é uma das principais questões que os preocupa.

3. 4. Alta Performance

Em um mercado que traz resultados proporcionais aos nossos rendimentos, contar com a melhor performance possível é uma das chaves para o sucesso profissional. Ao realizar um curso de Alta Performance, você aprenderá, por exemplo, algumas técnicas práticas para aplicar ao seu dia a dia, como melhorar seu foco, ser mais produtivo e destravar projetos. Por isso, esta pode ser uma importante soft skill na advocacia.

Trabalhar bem e rapidamente não apenas leva eficiência ao trabalho, como também permite com que você crie tempo livre. Estudar, passar tempo com a família ou até mesmo prospectar novos clientes parece uma ótima ideia, não?

4. Aprimoramento: a arte da diferenciação para advogados

Para quem sente que é necessário se aprimorar na área jurídica, enfim, se acomodar é a pior das ideias. Com um mundo tão dinâmico, é até difícil encontrar desculpas para não procurar por algo que torne você um profissional mais eficiente e que atenda, assim, melhor os seus clientes.

Se aprimorar, além de trazer benefícios para a vida profissional, também proporciona melhorias para a vida pessoal.

Se diferenciar, portanto, é a resposta para a saturação do mercado de trabalho do jurista. Habilidades técnicas são muito importantes e, socialmente, se espera que o advogado esteja sempre atualizado em seu segmento de atuação.

Além de contar com hard skills bem definidas, por fim, se diferenciar pelas soft skills é uma ótima ideia. Refinar relacionamentos, entender o valor do seu trabalho e como cobrar por ele, aprender a render mais no dia a dia, são habilidades que não apenas vão te ajudar no trabalho, como também vão lhe trazer qualidade de vida.