Mulher no Direito? O espaço feminino no mercado jurídico

19/05/2017
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21/12/2022
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2 minutos

“Não há dúvida de que as mulheres têm capacitação para cargos de comando. O avanço na carreira muitas vezes depende de assumir riscos e defender a própria posição — traços que as moças são desestimuladas a mostrar. Isso talvez explique por que as conquistas acadêmicas das jovens ainda não se traduziram num aumento significativo de mulheres em cargos de alto nível. O canal que abastece o mercado de trabalho qualificado está entupido de mulheres no nível da entrada, mas, quando esse mesmo canal abastece as posições de chefia, há um predomínio esmagador de homens.”
– Sheryl Sandberg, COO do Facebook

Esse é um trechinho do primeiro capítulo do livro “Faça acontecer – Mulheres, trabalho e vontade de liderar”, da COO do Facebook Sheryl Sandberg.

O livro foi o grande motivador para que quatro advogadas (Ana Amélia Ramos Abreu, Ana Paula Yurgel, Raquel Stein e Ana Carolina Tavares Torres) começassem a se reunir para discutir a situação da mulher no mercado jurídico.

O que no começo foram apenas encontros de discussão esporádicos, ganhou uma projeção muito maior quando as advogadas tiveram a ideia, em maio de 2015, de transformar estes encontros em um programa de mentoring exclusivo para mulheres do mercado jurídico, o Women in Law Mentoring Brazil.

Com um grupo inicial de 8 mentoras, uma especialista em mentoria e 8 mentoradas, o intuito do projeto era promover o apadrinhamento de jovens profissionais por profissionais mais experientes e consolidadas no mercado de trabalho.

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A ProJuris conversou com a Drª Ana Carolina Tavares Torres, idealizadora do projeto Women in Law Mentoring Brazil, sobre o espaço da mulher no Direito, para entender qual sua percepção do cenário atual e medidas para transformá-lo e garantir uma igualdade em oportunidades. Segundo ela, “o machismo está nos pequenos detalhes, por isso é tão difícil combater”. 

Confira a entrevista completa:

Falas destacadas da entrevista:

“Quando não corria alguma coisa bem na minha carreira por algum motivo, ou porque alguma oportunidade não me era dada, a tendência era eu acreditar, que a culpa era minha. Eu nem pensava nesse conceito de ser mulher.”

“A ideia que ainda é corrente e, infelizmente, é muito forte, é que ser feminista é feio, e esse é o grande paradigma que a gente tem que quebrar.”

“É tão sutil, tão singelo, tão delicado, que tu se coloca numa situação em que tu acredita que a culpa é tua.”

“Sim [O Direito é uma área muito machista]. Mais de metade dos escritórios são operacionalizados por mulheres. Ok, isso é o que a gente vê todo dia. Vai em audiência, mulher direto; liga para escritório, mulher direto. Só que agora tem um detalhe: apenas uma em cada dez sócios sêniors dos escritórios grandes são mulheres.”

“Há um teto de vidro imposto pela própria mulher no momento em que ela se sabota.”

“A mulher líder tende a ser vista como mandona, metida. Já o homem líder bacana, show de bola.”  


Você pode conhecer melhor o projeto Women In Law Mentoring Brazil aqui: www.facebook.com/womeninlawmentoring

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