Empreendedorismo na advocacia – Quais os maiores desafios?

01/06/2018
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16/11/2022
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13 minutos

Dezenas de advogados empreendem todos os dias. Mas, quais as principais dúvidas e obstáculos na jornada de empreendedorismo na advocacia? É o que você verá aqui.

Não importa muito se você acabou de tirar a OAB, ou decidiu deixar uma carreira em um escritório com o objetivo de empreender. Todo advogado que chega ao mercado para abrir um escritório de advocacia conta com uma série de dúvidas e desafios.

A maioria dos profissionais que chega ao mercado possui bons conhecimentos técnicos, mas muitos não sabem como administrar um negócio de forma eficiente e rentável. Embora um escritório de advocacia não seja uma empresa como outra qualquer, muitas ferramentas e conhecimentos da administração podem transformar seu escritório em um negócio mais sustentável e bem-sucedido. Por isso, vale a pena conferir algumas soluções aplicadas às empresas que também valem para os escritórios de advocacia.

Se você decidiu empreender como advogado e quer abrir um escritório novo, esse material é para você! Nele separamos os principais desafios de quem quer seguir o caminho do empreendedorismo para advogados. Do estudo do mercado até a conquista dos primeiros clientes, explicamos não apenas quais os desafios que o profissional terá de enfrentar, como também mostramos algumas soluções que podem ser úteis para o desenvolvimento do seu escritório.

Para quem pretende se lançar no mercado com um projeto rentável, esse post pode te dar algumas ferramentas e ideias sobre como dar os primeiros passos na operacionalização do seu escritório.

Esperamos que essas dicas sejam válidas e ajudem você a construir um caminho de sucesso!

Navegue pelos desafios:

1º desafio: Conhecer o mercado da advocacia

O primeiro desafio de quem deseja empreender na advocacia e abrir um novo escritório é conhecer bem o mercado da advocacia.

A maioria dos advogados que pretende empreender possui uma boa formação técnica, porém, poucos profissionais conhecem dados relevantes sobre o mercado em que vão atuar. Qual é o número de profissionais ativos? Quais são os nichos que estão saturados? Qual é o perfil da maior parte dos escritórios? E da minoria? Quem são os profissionais de destaque? Quais são as áreas em crescimento? E os serviços mais demandados? Quais as principais metas para advogados?

Estas são algumas perguntas básicas que muitos advogados não se preocupam em responder antes de abrir o próprio negócio. No entanto, elas podem fazer a diferença entre a prosperidade do seu escritório ou um negócio fechando as portas depois de um ano. Diante de um mercado extremamente competitivo como é o da advocacia, é preciso ter um projeto estratégico, se o seu desejo é empreender e ser bem-sucedido.

Assim, antes de dar início a formalização do seu negócio, procure estudar o mercado com dedicação. Com a internet, o advogado consegue obter uma série de dados importantes que podem ajudá-lo na construção do seu projeto. Recorrer à OAB,  pesquisas pagas e materiais pagos também são excelentes formas que podem ajudar o advogado a compreender melhor o mercado em que vai atuar.

Apenas para se ter uma ideia de como essas informações são úteis para o dia a dia de quem empreende na advocacia, uma recente análise apontou que a reputação do escritório é um dos fatores que mais pesam na hora da contratação. Além disso, expertise e flexibilidade na negociação dos honorários também são pontos determinantes na hora da contratação.

Diante de dados como estes, o advogado já tem bons elementos para saber onde investir e qual o modelo de negócios pode tornar seu escritório mais atraente para o cliente. Às vezes, dados de mercado parecem um tanto quanto abrangentes, já que hoje a advocacia conta com diferentes tipos e perfis de negócios. Porém, sabendo adaptar as informações ao seu modelo de escritório, esses dados são valiosos e podem beneficiar o desenvolvimento e o sucesso do seu negócio.

2º desafio: Definir seu nicho de atuação

Depois de estudar o mercado da advocacia como um todo, chegou a hora do profissional tomar uma decisão importante e não menos desafiadora: escolher seu nicho de atuação.

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Atualmente, existem diversos ramos do Direito que vem ganhando destaque no mercado. Muitas vezes, se apresentar como um profissional especializado nessas novas áreas, pode ser uma excelente forma de começar com o pé direito em seu novo escritório.

Porém, a dica aqui é: não se deixe levar pelos modismos! A decisão sobre o seu nicho de atuação deve ser embasada principalmente no mercado em que você atua, nas condições reais e demandas locais. Isso não significa, por exemplo, que você precisa ser igual aos seus concorrentes. Porém, é preciso ficar atento aquilo que o mercado local apresenta como oportunidade.

Sendo bem preciso, não adianta você abrir um escritório focado no público empresarial, se a cidade ou o local em que você atua não possui um número considerável de empresas. Da mesma forma, ao perceber que uma grande indústria se instalou próximo a região em que você atua, porque não investir em uma área de Direito ambiental, por exemplo? Já que o para as indústrias essa área do Direito vem demonstrando cada vez mais importância.

Oferta e demanda na advocacia

A demanda, sem dúvida, é um dos fatores importantes que o advogado deve considerar na hora de escolher seu nicho de atuação. Porém, não deve ser a única. Uma boa dose de afinidade com a área que você escolheu trabalhar, também fazem toda a diferença. Hoje as áreas do Direito estão cada dia mais específicas, o que demanda estudo e constante aperfeiçoamento do profissional. Trabalhar em uma área a qual você não gosta de estudar, só porque existe uma grande demanda na sua região, pode ser um grande passo para o fracasso. Por isso, vale sempre avaliar.

Não existe uma receita de bolo para empreender de forma bem-sucedida. Da mesma maneira, não existe um nicho de atuação que é a garantia do sucesso para nenhum advogado.

O que faz a diferença entre escritórios que prosperam e escritórios que acabam fechando as portas, é a visão do advogado empreendedor. Saber avaliar o mercado, reconhecer seus pontos positivos e negativos, saber usar suas reais habilidades e competências a seu favor é o que faz a diferença. Nunca existirá cenário ideal ou negócio que já surge para o sucesso. A grande diferença acaba sendo na forma como o advogado utiliza seus recursos, considerando fatores internos e externos ao negócio.

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3º desafio: Montar um plano de negócios

A abertura de um escritório requer o mínimo de planejamento. Para auxiliar o advogado a dar os primeiros passos na operacionalização do seu negócio, é essencial contar com um plano de negócios.

Essa ferramenta, amplamente utilizada por empreendedores, ainda é pouco conhecida e explorada na advocacia. Porém, pode fazer toda a diferença na hora de construir um projeto sólido para o seu escritório.

Um bom plano de negócios pode ajudar o advogado a agir de forma estratégica, identificando questões relevantes sobre o seu nicho de atuação, potenciais parceiros e até novas possibilidades de serviços jurídicos. Essa ferramenta também ajuda o advogado a ter mais clareza sobre seu escritório, além de definir metas e objetivos a serem alcançados a curto, médio e longo prazo.

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Existem diferentes metodologias para se elaborar um plano de negócios. Porém, basicamente, todas envolvem perguntas e a análise de aspectos relevantes que podem impactar o desenvolvimento do seu escritório. Independentemente da metodologia escolhida, todas irão possibilitar que o advogado reflita sobre o futuro do seu escritório, bem como, ajudarão o profissional a estabelecer metas e objetivos concretos, tirando finalmente o seu escritório do papel.

Um plano de negócios também é fundamental para que o advogado avalie e planeje quais são os recursos necessários para abrir as portas do seu próprio escritório. Começar uma empresa já com dívidas é um erro que muitos empreendedores cometem. O ideal é otimizar os recursos que você tem ao máximo e priorizar um capital de giro até que você consiga uma boa cartela de clientes.

Assim, em vez de focar em infraestrutura e muitos colaboradores, muitas vezes é melhor começar com pouco investimento e deixar que o negócio vá crescendo por si só.

Acredite, mesmo o mercado da advocacia sendo extremamente competitivo, é possível se destacar com uma estrutura pequena. Basta fazer um plano de negócios focado e estratégico.

Lembre-se que na advocacia confiança, autoridade e reconhecimento contam muito. E essas características, o próprio profissional pode explorar independentemente de uma grande equipe ou de um escritório grande.

4º desafio: Otimizar recursos

Como explicamos no item anterior, a montagem de um plano de negócios é essencial para que o advogado tenha uma boa noção do investimento necessário para abrir seu negócio. Porém, muito além de conhecer o montante do investimento inicial, é preciso que o advogado saiba otimizar os recursos necessários para desenvolver sua atividade.

Inicialmente, vale mais priorizar o capital de giro e começar pequeno, do que sair fazendo dívidas. Atualmente, contudo, o advogado possui muitos recursos à sua disposição que possibilitam otimizar os custos, sem que isso signifique perder qualidade no trabalho.

Apenas para citar exemplos, hoje o advogado pode contratar correspondentes facilmente, em vez de perder tempo e dinheiro se deslocando para um fórum mais distante.

Da mesma forma, o advogado pode utilizar as estruturas dos escritórios compartilhados, os chamados coworkings economizando assim nos gastos com um aluguel comercial, que consomem o faturamento de muitos escritórios.

Recursos não faltam. Porém, muitos profissionais acabam se apegando a modelos de gestão antigos e gastando mais do que conseguem gerar, principalmente no início.

Manter uma estrutura enxuta e funcional é o segredo de muitas empresas e startups que hoje são destaque no mercado. Escutar essas lições preciosas pode ser o segredo para muitos escritórios que estão começando.

5º desafio: Usar a tecnologia a seu favor

Gerenciar processos, atender clientes, cuidar do financeiro e outras tantas tarefas. Hoje um dos principais desafios de quem atua na advocacia é ser produtivo, mesmo com uma agenda multitarefa. O segredo de profissionais que conseguem ter um bom desempenho e, consequentemente, um bom faturamento é usar os recursos tecnológicos para automatizar determinadas atividades do dia a dia.

Um software jurídico, por exemplo, é uma forma de organizar a agenda, controlar o financeiro e gerenciar os processos com um único recurso. Essas ferramentas estão cada dia mais funcionais e capazes de atender advogados autônomos e escritórios dos mais variados portes.

Principalmente para quem está começando, muitas vezes compensa mais investir nesse tipo de ferramenta do que contratar secretárias ou estagiários para fazer atividades de suporte da advocacia. Como o software automatiza o andamento e até a comunicação com o cliente, o advogado tem mais tempo para se focar em atividades mais importantes e pode tocar seu dia a dia tranquilamente, de forma produtiva e eficiente.

Os softwares jurídicos também permitem o armazenamento de documentos e informações na nuvem, o que garante não apenas a independência de hardwares como também a mobilidade do advogado. Graças a este tipo de tecnologia, o advogado pode acessar seus dados e informações de qualquer lugar, usando qualquer seu smartphone ou tablet, por exemplo.

Com essa ferramenta o advogado tem tudo o que precisa para controlar sua agenda jurídica, monitorar seus processos, comunicar seus clientes e até gerenciar seu financeiro de forma estratégica.

[Saiba como melhorar a gestão financeira do seu escritório usando um software jurídico]

Para quem está no começo e precisa investir no desenvolvimento e no crescimento do seu negócio, contar com um software jurídico é uma maneira de facilitar o dia a dia e garantir mais tempo para que você cuide do core business do seu escritório.

6º desafio: Conseguir clientes

Depois de estudar o mercado, escolher um nicho de atuação estratégico, estruturar seu negócio e apostar nos recursos tecnológicos certos, eis que o advogado se depara com o grande desafio: prospectar clientes! Diante de um mercado cada vez mais competitivo, conquistar uma boa cartela de clientes não é uma tarefa fácil, ainda mais para quem está começando e não possui um nome consolidado no mercado.

Para quem está no começo, principalmente, é preciso adotar as estratégias certas para conseguir bons clientes. E, se você está pensando que boas estratégias se resumem à praticar honorários competitivos, saiba que é preciso mais do que isso para que os clientes comecem a bater na sua porta!

O primeiro passo para quem deseja conquistar uma bela cartela de clientes é fechar parcerias estratégicas. Hoje a maioria dos advogados atua em segmentos específicos, já que se apresentar como um especialista é uma forma de chamar a atenção dos clientes. Por isso, o ideal é buscar colegas que atuem em ramos complementares para que vocês possam indicar os respectivos clientes um para o outro. Nesse tipo de parceria ambos ganham, já que os serviços se complementam e os clientes podem ser os mesmos.

Outra dica importante é investir em marketing jurídico digital. O marketing digital é uma ferramenta bastante efetiva e barata, que deve ser explorada pelos profissionais da área. O marketing de conteúdo, principalmente, é uma boa estratégia para atrair e engajar clientes. E, quando feito de forma correta, além de efetivo não fere o Código de Ética da OAB, uma preocupação que deve fazer parte do dia a dia e das ações do advogado especialmente na web.

[Aprenda a como fazer marketing jurídico sem ferir o Código de Ética da OAB]

Por fim, é necessário praticar honorários competitivos se você quiser conquistar a clientela. Aqui, no entanto, vale uma bela ressalva. Cobrar honorários competitivos não significa jogar o preço dos seus serviços lá embaixo. Primeiramente você precisa chegar ao valor correto da prestação se serviços, para saber quanto da sua margem de lucro é negociável. Além disso, vale mais facilitar as condições de pagamento do que praticar preços excessivamente baixos.  Honorários muito baratos também podem prejudicar a imagem do profissional, afinal, se você mesmo não valoriza os seus serviços, quem vai valorizar, não é mesmo?

Cobrar não é uma atividade fácil, porém, é preciso aprender a valorizar seus serviços desde o início, caso contrário as chances de você comprometer o faturamento e o funcionamento do seu escritório são grandes.

Conclusão

Empreender na advocacia é um desafio por si só! Porém, trata-se de um desafio que vale a pena! Afinal, colher os frutos do próprio trabalho, atuar com mais liberdade e flexibilidade e construir um modelo de escritório baseado nos seus valores, são benefícios que somente os advogados empreendedores acabam experimentando.

Para quem deseja seguir esse caminho e enfrentar todos os desafios, não existe uma receita única. Mas existem técnicas e ferramentas que não devem deixar de ser exploradas pelo profissional.

Nosso objetivo neste material foi tratar de alguns destes desafios, propondo soluções e medidas que podem auxiliar o advogado empreendedor.

Para se construir um negócio de sucesso, um advogado empreendedor não pode encarar um erro como um fracasso. Nem esperar fórmulas prontas para o seu negócio. É preciso testar e testar, até encontrar as ferramentas e técnicas que sejam melhores para você e seu negócio.

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