6 dicas para um plano de sucessão familiar para escritórios de advocacia

13/11/2017
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09/08/2022
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É muito comum que a gestão de escritórios de advocacia passe de pais para filhos, permanecendo como patrimônio de uma mesma família por gerações. Contudo, escritórios de sucesso são resultado de uma vida dedicada.

Quando a aposentadoria se aproxima, é preciso garantir que anos de trabalho não sejam desperdiçados. Por isso, é muito importante elaborar uma estratégia de sucessão familiar efetiva para o escritório.

Trabalhar em família nem sempre é tão simples quanto parece. Ao mesmo tempo em que os laços afetivos que acabam por orientar e fortalecer o trabalho da família, diversos conflitos se colocam no caminho.

Perguntas como “Quem irá controlar a empresa no futuro?” podem se tornar bastante delicadas. É preciso ter pulso firme, jogo de cintura, confiar em seus instintos e em seu planejamento.

Elaborar um plano de sucessão familiar não é um trabalho simples. No entanto, quando é o futuro do seu escritório que está em jogo, é preciso dedicar tempo e esforço neste processo.

Neste conteúdo, preparamos alguns conceitos que se deve ter em mente ao preparar um plano de sucessão familiar para escritórios de advocacia e dicas de como desenvolvê-lo.

Como deve ser o processo de transição

Quem é fã de House of Cards (contém spoiler) deve se lembrar de quando Frank Underwood passou alguns dias de molho em um hospital, delegando suas funções presidenciais ao vice-presidente, Donald Blythe.

Com pouca experiência e desconhecendo a dinâmica de trabalho de Underwood, Blythe entra em pânico e põe em risco meses de negociação entre Rússia e Estados Unidos.

Por um momento, imagine que seu escritório de advocacia é a Casa Branca. Blythe faria um trabalho melhor e estaria muito mais apto para assumir o salão oval se tivesse sido introduzido na rotina presidencial aos poucos.

Para evitar que a administração de seu negócio caia nas mãos erradas, o processo de transição deve ser gradual. Dê tempo ao seu sucessor para digerir a ideia e conhecer suas funções.

Ao assistir a quarta temporada de House of Cards percebe-se também que as decisões de Donald Blythe enquanto presidente dos Estados Unidos não são respeitadas.

Estabelecendo um processo de transição gradual, garante-se que o restante do escritório assimile as configurações hierárquicas acordadas. Crie um grande líder e ofereça a ele um ambiente convidativo.

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Planeje com antecedência

Se a intenção é de transmitir seus conhecimentos e cultura para seus sucessores, isso deve ser feito desde muito tempo antes de sua aposentadoria.

É importante que seu sucessor assuma com condições de manter o padrão de qualidade do serviço e conhecimento suficiente para administrar o negócio com a mesma capacidade.

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O planejamento de sucessão deve fazer parte da cultura do escritório e recomenda-se que esteja especificado no próprio plano de negócio do escritório.

Escolha um sucessor

A pessoa indicada para herdar suas funções precisa, antes de qualquer coisa, ser um profissional competente e com experiência.

É fundamental que conheça seu negócio em seu DNA, dominando as funções de todos seus setores e entendendo com muita clareza a dinâmica de trabalho do escritório de advocacia.

Mais importante que o tempo de casa, ou o grau de relacionamento familiar é a capacidade de administração e a experiência profissional adquirida com os anos. Por isso, família, família; negócios à parte.

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Escolha um sucessor mais inovador que você

É comum que, ao escolher um sucessor, busque-se nele características em comum. Procure fazer o caminho inverso, escolha um sucessor capaz de pensar no futuro da empresa. Ou seja, escolha um inovador.

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Alguém que garantirá uma cultura digital, de inovação constante e de crescimento contínuo para o seu escritório de advocacia. Não indique alguém tão bom quanto você, mas sim alguém ainda melhor que você.

Elabore seu plano de modo flexível

Independentemente de quem for o escolhido para sucessão, ou como será feita a transição, garanta que os termos e condições do seu planejamento sejam flexíveis e possam ser alterados diante de qualquer necessidade ou condição de saúde ou de mercado, que são fatores imprevisíveis.

Certifique-se também da validade jurídica da sucessão. Formalize todas as deliberações e acordos feitos entre as partes, prevenindo-se de disputas futuras.

Envolva as pessoas

O processo de escolha de um sucessor é envolver a família na escolha. Isso ajuda a trazer neutralidade e profissionalismo à elaboração do plano de sucessão.

Além disso, ao discutir o planejamento em conjunto, muitas vezes percebe-se que nem todos na família tem interesse em dar continuidade ao negócio, permitindo-se que se avalie somente quem está de fato engajado em fazer parte da sucessão. Isso facilita a escolha, fortalece a confiança e transmite transparência.

Treine seu sucessor

Se seu sucessor deve ser um profissional competente e com boa experiência, é seu dever capacitá-lo. Se vai entregar seu negócio na mão de alguém, mais do que confiar na honestidade e força de vontade do sucessor, é preciso confiar em seu trabalho e competência.

Novamente, a importância de ter o plano de sucessão como parte do plano de negócios e da cultura do escritório. Quando se planeja com antecedência, todo seu trabalho será de algum modo direcionado à transição, colaborando para uma preparação adequada do sucessor.

Trabalhe em conjunto, envolva seu sucessor e o invista nele. Dê a ele tudo que for necessário para fazer uma boa administração.

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